23/12/2008 Santa Catarina cuida da imagem para voltar a atrair mais turistas
O presidente da Santa Catarina Turismo (Santur), Valdir Walendowsky, esteve nos
últimos dias em Porto Alegre, São Paulo e Curitiba tentando reverter com suas
visitas a imagem ruim do Estado depois que as enchentes de novembro viraram
manchete nos principais jornais do país e afugentaram parte dos turistas de
verão.
“Nosso trabalho agora é ir ao mercado e passar segurança em relação ao nosso
litoral. Estamos de perto tentando reverter o quadro e tirando dúvidas", diz
ele, que vem conversando com operadores de turismo e jornalistas em diversos
Estados do país. "Estamos tratando o assunto de maneira homeopática porque
existe ainda o outro lado, de pessoas que perderam tudo e ainda estão
reconstruindo suas casas".
Cerca de 20 dias depois da tragédia, a Santur não mais espera aumento do número
de turistas neste verão. Walendowsky, que previa aumento de cerca de 10%, diz
que "se mantivermos os números (do verão anterior) já estará bom". Entre janeiro
e fevereiro de 2008, o Estado recebeu 4,3 milhões de turistas - o melhor
desempenho dos últimos anos. Os visitantes movimentaram US$ 1,5 bilhão na
economia catarinense. O Estado teve um crescimento de 7,5% em visitantes em
relação a 2007, quando o valor movimentado chegou a US$ 1,2 bilhão, segundo a
Santur.
A maior parte dos turistas nos últimos anos no verão catarinense tem sido do
próprio país. Os visitantes nacionais são 88% do total daqueles que estiveram em
SC entre janeiro e fevereiro passados. Dentre os maiores Estados emissores de
visitantes em Santa Catarina estão: Paraná (25% de participação), Rio Grande do
Sul (20%) e São Paulo (12%).
Do exterior, os principais turistas continuam sendo os argentinos, que
representaram no último verão 78,5% do total de estrangeiros, que chegou a 500
mil. Os argentinos são seguidos por turistas do Paraguai, com participação de
11%, e depois pelo Chile, com 3,4%.
Como forma de reversão do quadro de cancelamentos de viagens, que aumentaram
significativamente após as enxurradas, uma campanha na mídia, doada por
empresários de São Paulo, também foi feita. Uma segunda, que vai ao ar nos
próximos dias, pretende mostrar que "Santa Catarina continua linda". No
exterior, uma campanha em parceria com a Embratur está sendo feita, com
investimentos de R$ 1,2 milhão.
Dentre os estrangeiros, o Estado também prevê manutenção ou até mesmo
crescimento do volume de visitantes. Segundo Walendowsky, todos os vôos charters
da Argentina e do Chile que estavam programados para esta temporada, cerca de
600 (foram 540 na temporada passada), estão mantidos. Os primeiros 10 vôos
chegaram no último fim de semana.
Tarcísio Schmitt, presidente do sindicato de hotéis, bares e restaurantes da
Grande Florianópolis, afirma que um primeiro impacto das enchentes sobre os
hotéis já foi sentido logo nos primeiro dias após a catástrofe e mais pode ainda
ocorrer. "Os turistas em geral passaram a ter a idéia de que o Estado todo
estava em calamidade e não uma região específica (Vale do Itajaí). À exceção da
cidade de Itajaí, 95% do nosso litoral foi preservado". Segundo ele, na semana
seguinte à tragédia houve queda de 30% nas reservas em relação ao que
normalmente se tem na última semana de novembro. "E aqueles que haviam
reservado, mas não tinham ainda depositado o sinal, cancelaram suas reservas
também para o fim do ano e procuraram outro destino. Este visitante está perdido
para o Estado".
Schmitt agora também não tem grandes expectativas em relação aos números de
dezembro e aos feriados de fim de ano. Os hotéis nas praias de Florianópolis
estão em média com 67% de ocupação para Natal e Ano Novo, de acordo com pesquisa
feita pelo próprio sindicato do setor. Em 2007, essa taxa era de 80%. Para todo
o mês de dezembro, ele estima que a taxa média de ocupação deverá ficar em 45%,
sendo que em dezembro de 2007 chegava a 60%.
"A temporada anda meio devagar", diz Virgínia Peluffo, diretora de marketing e
vendas do resort Ponta dos Ganhos, localizado em Governador Celso Ramos. O Ponta
dos Ganchos investiu em cinco novos bangalôs nesta temporada pela forte demanda
que viu em 2007. Hoje, o resort possui 25 bangalôs. "No ano passado, havia já
lista de espera de cerca de 10 pessoas para o Réveillon nesta época. Esperávamos
que os cinco novos bangalôs já estivessem neste momento reservados".
No comércio, também há preocupação. Os principais atingidos por uma movimentação
turística mais amena são as lojas do norte de Florianópolis, onde ficam bairros
famosos entre os turistas como Canavieiras, Ingleses, Praia Brava e Cachoeira do
Bom Jesus. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis revisou sua
projeção de crescimento de vendas no Verão, que era esperada entre 8% e 10%.
Agora, espera entre 3% e 5%.
Fonte: Jornal Valor Econômico
.
.
Parceiros
SindCampina.com.br
Av. Mal. Floriano Peixoto, 715 - 3º andar - sala 302 - Centro - Campina
Grande - PB - Fone: (83) 3341-1989