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06/03/2009
Quer pagar quanto?

Restaurante, hotel e até banda de rock reinventam o modo de ganhar dinheiro ao dar ao cliente a opção de escolher quanto eles merecem ganhar

A cidade de Londres está longe de ser a meca da gastronomia e os chefs de lá têm de suar o avental para provar que possuem talento diante das caçarolas. Isso, entretanto, não impediu que o restaurante Little Bay, do empresário Peter Ilic, ganhasse o mundo com o seu cardápio e com a proposta de uma experiência gastronômica inesquecível. O cliente pode escolher de entrada mexilhões ao vapor com creme de vinho branco, panqueca de frutos do mar e salada; como prato principal, um peixe assado com mescla de cogumelos; e a sobremesa ganha formas com uma torta de maçã acompanhada de um sorvete de baunilha. É inesquecível por um ingrediente crucial, que diferencia o Little Bay de todos os outros restaurantes do mundo. Em vez de apresentar a conta, o garçom pergunta sutilmente: "Quanto você quer pagar?" É isso mesmo! O cliente paga quanto quiser pela combinação de pratos que desejar. Detalhe: são mais de 30 opções. "Pode sair sem deixar um tostão ou pagar 100 libras", disse Peter Ilic, proprietário do Little Bay, à DINHEIRO.

Ilic, que já havia testado a promoção em seu antigo restaurante, achou que o momento de crise econômica seria o ideal para reviver a experiência durante todo o mês de fevereiro. Em dez dias, a clientela usual de mil pessoas por semana dobrou, e a maioria dos clientes está pagando mais do que os pratos valem. "Esta é uma ideia que chama a atenção, gera divulgação gratuita e traz lucratividade ao estabelecimento", comenta o professor de planejamento e estratégia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, Marcos Fava Neves. Para ele, a iniciativa é criativa, porém, perigosa. "Estabelecimentos que não trabalhem com uma margem de lucro alta não conseguem manter esse tipo de promoção." Até agora, diz Ilic, os resultados foram positivos. "Ganhei visibilidade e estou recebendo mais clientes. Mesmo que alguns não paguem pelo prato, trabalho com a média, e a média está pagando mais que o valor convencional."

O restaurante não é o único a dar ao cliente a liberdade de escolha. O hotel Ibis Singapura, do grupo francês Accor, também testou a novidade. O hotel pôs no ar o site www.paywhatyouwant.com.sg (Pague quanto quiser), também disponível através de um link na página principal do Ibis. Como funciona? O hotel reserva um horário específico para que os futuros hóspedes façam suas ofertas. Por serem disputados, contudo, apenas alguns quartos são oferecidos. "Essa promoção é uma resposta à crise financeira global e é também a melhor maneira de medir quanto o mercado está disposto a pagar", disse Hiru Inoue, diretor de marketing do Ibis Singapura, em entrevista à agência de notícias Reuters. "Esperávamos lances de US$ 1 e ficamos surpresos em perceber que recebemos lances de até US$ 80." É um pouco menos do que os US$ 92 cobrados pelo hotel por quartos que estão fora da promoção.

A crise financeira pode ter acelerado ações como essas, mas oferecer serviços e produtos gratuitos, ou por preços ínfimos, será cada vez mais comum. Quem inaugurou esse fenômeno foi o Google, que não cobra nem um centavo pelos seus serviços e, por isso mesmo, conquistou milhões de adeptos ao redor do mundo. Com milhões de acessos diários, o site de buscas tornou-se uma ferramenta indispensável no cotidiano das pessoas e hoje fatura US$ 21,79 bilhões com publicidade. Até a indústria fonográfica, uma das mais arredias a qualquer negócio no qual a palavra grátis esteja incluída, se rendeu. Em 2007, o grupo inglês de rock Radiohead lançou seu CD, batizado de In Rainbows, na internet. O CD foi disponibilizado para download no site da banda e o internauta podia pagar quanto achasse justo pelas músicas. A experiência da banda durou dois meses e foi bem-sucedida. De acordo com o representante do Radiohead, o grupo faturou mais com as vendas na web do que com a comercialização do CD anterior em lojas. A banda e o público agradecem.

Fonte: Revista Isto É Dinheiro – Edição 595



 
 
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