06/11/2009 Classe C Viaja Mais e Turbina Turismo no País
O brasileiro viajou mais a turismo pelo país nos últimos dois anos, segundo
indica pesquisa divulgada ontem pelo Ministério do Turismo. O percentual dos que
fizeram pelo menos uma viagem interna passou de 32,4%, entre 2005 e 2007, para
58,8% nos últimos dois anos (variação de 83,7%).
O estudo mostra ainda que caiu de 32,5% para 7,6% o percentual de brasileiros
que não viajaram nos dois anos anteriores e não pretendiam viajar nos dois
seguintes.
O gasto médio total dos que viajaram, por outro lado, teve uma queda de 9% no
período. Essa diminuição pode ser explicada em parte pela ampliação da base dos
consumidores, trazendo para o consumo pessoas com renda menor, diz Márcio
Nascimento, diretor do Departamento de Promoção e Marketing Nacional da
ministério. Outra justificativa, segundo a pasta, é o barateamento de parte dos
serviços.
A presença maior das pessoas de renda mais baixa deve fazer a "indústria do
turismo repensar o hábito do mercado", afirma o ministro da pasta, Luiz
Barretto. "Há uma nova classe média com quem dialogar. Mais de 60% de quem
viajou ganha até dez salários mínimos. A chamada classe C tem um peso também no
turismo."
Além desse fator, outros colaboraram para o aumento do turismo nacional, como a
crise econômica e a gripe A (que diminuíram viagens para países vizinhos), diz o
governo.
A pesquisa foi feita pelo Instituto Vox Populi, com 2.322 entrevistas entre
junho e julho deste ano em 11 capitais. Foram ouvidos maiores de 18 anos, de
todas as classes econômicas. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
O perfil traçado do viajante brasileiro mostra que ele viaja principalmente com
a família, para destinos no Nordeste e por um curto período de tempo (54,6% por
até uma semana).
A grande maioria (80,3%) se desloca nas férias e um número expressivo viajou nos
feriados e finais de semana prolongados (66,8%) nos últimos dois anos -a
pesquisa anterior mostrava um percentual menor, de 41%.
O brasileiro também recorre mais a dicas de conhecidos e à internet para
planejar sua viagem, buscando agências especializadas em viagens apenas em 5,6%
dos casos.
As estradas são usadas pela maioria das pessoas: 41,8% usam normalmente o carro,
e 23,8%, o ônibus. O avião é usado por 33,5% dos viajantes. Apesar de pensarem o
deslocamento com certa antecedência, 19,9% dos viajantes pagam a viagem em até
sete dias da partida. O pagamento é feito à vista em 63,2% dos casos.
Esses dados se referem ao chamado cliente atual, ou seja, o que viajou pelo
menos uma vez nos últimos dois anos. A pesquisa mostra ainda as expectativas do
cliente potencial: o que demonstra interesse de procurar destinos nacionais nos
próximos dois anos.
Há diferenças entre esses dois públicos, como a renda. Enquanto 35,5% dos que
viajaram têm renda familiar de até cinco salários mínimos, 58,5% dos que
pretendem viajar nos próximos anos pertencem a essa faixa salarial.
Trabalhar esse "turismo social", oferecendo produtos às classes C e D, é um dos
principais pontos da pesquisa que podem levar ao desenvolvimento de políticas
públicas e privadas, explica Elisangela Machado, do CET (Centro de Excelência em
Turismo) da UnB. Outro é a referência ao maior uso de hotéis.
"Se eu tenho mais brasileiros viajando e vou ter um incremento ainda com a Copa,
como vou atender meu público interno e externo?"
Fonte: Ministério do Turismo
.
.
Parceiros
SindCampina.com.br
Av. Mal. Floriano Peixoto, 715 - 3º andar - sala 302 - Centro - Campina
Grande - PB - Fone: (83) 3341-1989