Não sobrou migalha. Houve marca que até faltou antes mesmo de o Natal chegar.
Foi o que aconteceu com os panetones nesse final de ano. As vendas subiram 6%,
em volume, em relação a 2007, puxando para cima o desempenho dos produtos
sazonais, segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas).
Apesar da crise financeira, os produtos de Natal em geral - frutas da época,
nozes, castanhas portuguesas, bebidas, carnes e panificados - venderam 3% acima
do volume conquistado em 2007. O crescimento no faturamento ficou em torno de 4%
acima da inflação do ano. "Tendo em vista o cenário econômico ruim que se
pintava e a expectativa negativa do consumidor, esse resultado foi muito bom",
diz o vice-presidente da Apas, Martinho Paiva Moreira. A expectativa inicial dos
varejistas era chegar perto ou empatar com as vendas dos últimos três meses de
2007, que foram muito boas. "Por isso avaliamos que o resultado foi muito
positivo", diz o executivo.
Todas as marcas de panetone, desde as novatas até as mais tradicionais, tiveram
um bom desempenho de vendas, segundo a Apas. A Nestlé, por exemplo, que estreou
no setor com três tipos de panetone somente no Estado de São Paulo, conseguiu
15% de participação no mercado, ficando apenas atrás da Bauducco, líder
tradicional de vendas. O panetone Alpino, de chocolate, foi o de melhor
desempenho na multinacional. A menos de 10 dias do Natal, 90% da produção já
havia esgotado. Houve até supermercado em que o produto faltou. "Mesmo com
preços em média 5% mais alto, houve marca que cresceu individualmente mais que
isso", diz Martinho.
Na fabricante de panetones Village, as vendas também ficaram 6% acima do que foi
registrado em 2007, segundo o gerente comercial, Reinaldo Bertagnon. Segundo
ele, esse foi um ótimo resultado, uma vez que o volume vendido em 2007 já foi
15% maior que o de 2006. "Crescemos muito graças à grande procura pelos
chocotones", diz.
Os únicos panetones que venderam pouco foram os chamados "caseiros", ou seja, os
de fabricação própria das padarias dos supermercados. "Não temos números ainda,
mas sabemos que esse é um mercado que está encolhendo", diz. O panetone
industrializado tem fermentação natural, que leva mais de 56 horas. Os de
fabricação na loja ficam no máximo duas horas fermentando, o que muda a
qualidade do produto.
Na rede de supermercados Econ, que vendeu apenas industrializados, sequer houve
encalhe. "O que estamos vendendo agora, com 30% de desconto, é produto que
estava em exposição, nas torres de venda", diz o presidente da rede, Emílio
Bueno.
O mau desempenho do ano ficou por conta dos perus, aves do tipo chester e
tenders, que cresceram apenas 1% em relação às vendas de 2007. "Esses produtos
chegaram custando muito caro e isso assustou o consumidor", diz Martinho. As
aves e o tender iniciaram a temporada de vendas natalinas custando 25% a mais
que em 2007. O impacto foi tão ruim que os varejistas tiveram que baixar o preço
às vésperas do Natal. O reajuste, que havia chegado às prateleiras em 25%,
baixou para 10%.
Mesmo assim, a ação não foi suficiente para tirar essas aves e o tender do
balcão frigorificado e entrar no carrinho do consumidor, que preferiu o pernil,
cujas vendas cresceram 15%, em média.
Fonte: Jornal Valor
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