De olho no crescimento do turismo interno, o grupo americano IHG anuncia o
lançamento de 40 novos hotéis no Brasil
O Grupo InterContinental Hotels Group (IHG), dos Estados Unidos, é a maior rede
hoteleira global em número de apartamentos. Por seus 620 mil quartos espalhados
por 100 países passaram 160 milhões de hóspedes em 2008, gerando uma receita de
US$ 19,1 bilhões no período. Boa parte desse desempenho se deve às bandeiras
Holiday Inn e Holiday Inn Express, grifes estampadas em 79% dos empreendimentos
do grupo. Um cenário bastante diverso do vivido aqui no Brasil, onde essas
grifes sempre foram relegadas a segundo plano. Isso, no entanto, começa a mudar.
A direção da rede acaba de anunciar um ambicioso projeto de expansão que prevê a
abertura de 40 hotéis até 2014, sendo 32 Holiday Inn e Holiday Inn Express. As
primeiras cinco unidades dessa fornada consumirão um investimento total de R$ 70
milhões. O desembolso será feito por empresários locais que atuarão no sistema
de franquia. Com isso, o grupo espera recuperar o terreno perdido para os
rivais, além de aproveitar o bom momento vivido pelo setor, que cresceu 10% o
ano passado. Fruto direto da estabilidade econômica, do aumento do número de
integrantes da classe C e da criação de linhas de crédito subsidiadas para o
turismo interno. Um movimento semelhante ao ocorrido nos Estados Unidos na
década de 1950, de acordo com James Abrahamson, presidente da divisão Américas
do InterContinental Hotels Group. Em meados de abril ele desembarcou em São
Paulo para participar da assinatura dos contratos de licenciamento das marcas.
Na ocasião reafirmou os planos de investimento, mesmo diante das incertezas
causadas pela crise global. “O Brasil é prioritário na estratégia de
fortalecimento de nossa empresa na América do Sul”, disse Abrahamson à DINHEIRO.
Nos três dias em que permaneceu por aqui, o executivo visitou parceiros,
conheceu unidades da rede na Bahia e no Rio de Janeiro e deu o aval para o
projeto de expansão.
Ao mirar nos turistas de classe média e nos viajantes de negócios com baixo
orçamento, a IHG terá de enfrentar a francesa Accor, líder dessa fatia de
mercado com a bandeira Íbis, que tem 47 filiais. O que, na avaliação de
especialistas, não deverá representar um problema, já que existe bastante espaço
para novos competidores nesse nicho. “As grandes oportunidades de crescimento no
setor de hospedagem estão no chamado padrão econômico”, destaca o consultor José
Ernesto Marino Neto, presidente da BSH International. Os números confirmam.
Segundo a consultoria Jones Lang LaSalle Hotels, enquanto a taxa de ocupação
média do segmento foi de 65% em 2008, os hotéis econômicos operaram perto do
limite: entre 75% e 90%. Para Marino Neto, isso se deve a uma característica
muito peculiar do brasileiro médio que gosta de gastar pouco, mas não abre mão
de serviços típicos de hospedagens de padrão superior. E é exatamente este ponto
que a direção da IHG pretende explorar. A diária média entre R$ 140 e R$ 180
cobrada no Holiday Inn e no Holiday Inn Express embute café da manhã, ligações
locais gratuitas e acesso a equipamentos de lazer, como piscina e academia de
ginástica.
O plano de expansão da subsidiária foi desenhado em 2008. O estudo resultou no
levantamento das 50 cidades com potencial para abrigar um empreendimento da rede
IHG. São localidades com dinamismo econômico ou com vocação turística, que
possuem pelo menos 200 mil habitantes. As primeiras parcerias serão nas capitais
Maceió (AL), Belém (PA), Cuiabá (MT), Manaus (AM) e São Luís (MA). Mas o “filé”
são os 35 municípios nos quais a companhia ainda não atua. Com isso evita o
risco de canibalização de suas bandeiras, além de ampliar o raio de ação do
grupo no País. Para garantir uma taxa de ocupação em um patamar elevado,
Abrahamson, do InterContinental Group, vai ampliar a divulgação do destino
Brasil no âmbito do Priority Club Rewards – o programa de recompensa da IHG que
conta com 42 milhões de associados em todo o planeta. A ideia é usar esse
instrumento também para abrir as portas de países, como os EUA, para os
brasileiros que nunca viajaram ao Exterior. “Além de incentivar os brasileiros a
conhecer melhor seu país, queremos que a grife Holiday seja a casa deles nos
demais países nos quais atuamos”, resume Abrahamson.
Fonte: Revista Isto é dinheiro - edição 605
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