26/01/2009 Inflação e juros vão ser conhecidos na semana
Fed definirá taxa nos EUA; no Brasil, sai a ata do Copom
Após a redução dos juros mais forte que a esperada pela maioria dos
investidores, a ata da reunião do Copom da semana passada, que vai ser divulgada
na quinta-feira, vai estar no centro das atenções do mercado doméstico. A semana
também trará a decisão do banco central dos Estados Unidos para a taxa de juros
do país.
Na quarta-feira, o Fomc (comitê do BC dos EUA que define os juros) vai se reunir
e anunciar como ficam os juros na maior economia do mundo. A expectativa é que a
taxa seja mantida no atual patamar. Em seu último encontro, o Fomc decidiu
colocar sua taxa em uma banda entre 0% e 0,25%.
Já o Copom (Comitê de Política Monetária do BC brasileiro) reduziu sua taxa
básica, a Selic, de 13,75% para 12,75% anuais. A maioria do mercado esperava que
os juros fossem cortados para 13%. Com essa decisão mais ousada por parte do
Copom, é grande a expectativa em torno da ata do encontro, a ser conhecida na
quinta, que trará explicações sobre a decisão e, possivelmente, sinais sobre o
futuro da Selic.
Para a Bolsa de Valores, uma boa notícia será a sinalização de que os juros
ainda vão recuar bastante durante o ano. Isso porque, quanto menores os juros,
maiores as possibilidades de os investidores aceitarem correr riscos -como o
representado pelo mercado de ações- para tentarem retornos mais interessantes.
"O Copom deu início ao processo de flexibilização da política monetária,
alertando, entretanto, que considera que o passo inicial representa parte
relevante do movimento da taxa básica de juros, sem prejuízo para o cumprimento
da meta para a inflação", diz Elson Teles, economista-chefe da corretora
Concórdia.
"Ao iniciar o processo de alívio monetário com um corte mais ousado, acima da
aposta majoritária do mercado, o Copom sinaliza sua maior preocupação com a
forte desaceleração da atividade econômica", completa o economista.
A agenda semanal estará carregada de dados econômicos, com destaque para os EUA.
Hoje haverá a divulgação do índice de atividade do Fed (banco central dos EUA)
regional de Chicago, relativo a dezembro. O dia também conta com os dados de
vendas de imóveis usados e os indicadores econômicos antecedentes -que costumam
ser acompanhados de perto por analistas e investidores.
Amanhã haverá os indicadores de confiança do consumidor americano e o índice que
mede o desempenho do setor manufatureiro, levantado pelo Fed de Richmond.
Na quinta-feira vão ser conhecidos nos EUA os números de encomendas de bens
duráveis, os novos pedidos de seguro-desemprego e as vendas de imóveis novos.
A semana fecha com a divulgação da primeira prévia do resultado do PIB (Produto
Interno Bruto) dos EUA no 4º trimestre de 2008.
No Brasil, além da ata do Copom, será relevante a divulgação de índices de
inflação. Se os dados continuarem mostrando arrefecimento dos índices de preços,
o Copom tende a manter o ciclo de cortes da taxa básica de juros brasileira.
Os dados do IPC da Fipe da terceira quadrissemana de janeiro vão ser
apresentados amanhã. O mercado projeta que o índice mostre elevação de 0,38%. Na
quinta-feira, será a vez de o IGP-M de janeiro, medido pela FGV, ser
apresentado. A expectativa é que o índice apresente deflação de 0,40%.
Por ser o primeiro a ser conhecido, o IGP-M é relevante por indicar os rumos da
inflação brasileira no mês.
Mercado espera novos cortes na taxa básica até o final do ano
Após o corte nos juros anunciado na semana passada, o mercado financeiro espera
que novas reduções na taxa básica Selic ocorram até o fim do ano. A taxa foi
reduzida de 13,75% para 12,75%. A última pesquisa semanal feita pelo BC mostrou
que o mercado conta com a Selic a 11,25% no fim do ano.
Hoje o BC divulga sua mais recente pesquisa Focus, realizada com cem bancos. E a
previsão para a taxa Selic no fim do ano deve ser reduzida.
Quem acompanha mais de perto a taxa Selic são os fundos DI. Para a renda fixa, é
relevante a oscilação dos juros futuros, que influenciam a rentabilidade dos
títulos prefixados.
Já o retorno dos CDBs depende mais da necessidade dos bancos para conseguir
capital. Em 2008, os bancos enfrentaram dificuldades para captarem recursos,
tanto no mercado internacional quanto por meio da oferta de títulos como as
debêntures. A saída encontrada pelas instituições financeiras foi a de aumentar
as taxas oferecidas pelos CDBs.
A tática deu certo e fez com que muitos investidores, mesmo de pequeno porte,
migrassem para os CDBs, que têm a vantagem de não cobrarem taxa de
administração.
Assim, se os bancos continuarem com dificuldades para captar recursos, que
necessitam para conceder crédito, as taxas dos CDBs tendem a se manter
atraentes.
No ano passado, enquanto a indústria de fundos perdeu líquidos R$ 77,84 bilhões,
com muito dinheiro saindo inclusive da renda fixa, os CDBs cresceram
consideravelmente. O estoque dos CDBs alcançou, no fim de 2008, R$ 680 bilhões,
saindo de pouco mais de R$ 310 bilhões no começo do ano.
Uma opção de investimento segura e que rende juros são os títulos públicos, que
podem ser adquiridos pelo investidor por meio do Tesouro Direto -sistema de
negociação de papéis do governo via internet.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo – Editoria Dinheiro
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